sábado, 20 de abril de 2013

Não há melhor lugar do que a nossa casa

Denver começa os playoffs com vantagem
Foto: AP Photo/Chris Schneider
Começar um texto com um título clichê não é muito recomendável, mas acho que o Denver Nuggets, time de melhor campanha como mandante na temporada regular 2012/2013 da NBA merece esse pequeno "equívoco" literário/jornalístico.

Isso mesmo, você não leu errado, o elenco sem estrelas do Colorado foi o time que teve a melhor campanha em casa durante a regular season da liga norte-americana. Em 41 partidas foram incríveis 38 vitórias. Apenas o Miami Heat, que destruiu os adversários para ter a melhor marca da fase de classificação ficou perto do feito dos comandados de George Karl, tendo um bom resultado a menos. 

No jogo de estreia nos playoffs, novamente o Pepsi Center foi uma fortaleza para o Nuggets, que derrotou o Golden State Warriors, praticamente na última bola, por 97 a 95, com destaque para o veterano Andre Miller, que além de ter convertido a cesta que deu a vantagem ao Denver na série, terminou o confronto com 28 pontos, sendo 18 deles no último período, conseguindo a mais alta pontuação em um jogo de pós-temporada na carreira ao acertar 11 bolas em 16 tentativas.

Denver estava sem Danilo Gallinari e Kenneth Faried, lesionados. Porém, a equipe pôde comemorar mais um bom resultado diante da torcida, a 24ª seguida.

O próximo jogo da série vai ser novamente na "fortaleza" do Pepsi Center, na próxima terça-feira à noite. Se quiser ser o quarto time a conseguir derrotar os comandados de George Karl dentro da casa do adversário, algo que será inevitável caso o Golden State Warriors queira avançar para a semifinal da Conferência Oeste, Stephen Curry e companhia vão ter que fazer mais do que fizeram nesta noite; vão ter que fazer o que poucos conseguiram.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Lakers está no playoffs, apesar de tudo

Sem Kobe e com Nash machucado, importância de Gasol e Howard aumenta no Lakers
Uma equipe montada para dominar a Conferência Oeste e tentar igualar o número de títulos do maior campeão da NBA, o Boston Celtics, ainda neste campeonato, mas que, pela primeira vez na história perdeu todos os jogos da pré-temporada. No início da regular season, trocou de treinador. Um time que sofreu com lesões durante toda a competição, que chorou a morte do dono majoritário da franquia, Jerry Buss. Uma equipe que correu sérios riscos de ficar de fora da pós-temporada pela sexta vez na história da liga e que, na hora de decidir o futuro no campeonato 2012/2013 da NBA, perdeu Kobe Bryant por lesão. Esse foi o script da atual temporada regular do Los Angeles Lakers, que daria muito bem para figurar em um filme de terror, mas, apesar de tudo, teve um final feliz, ou melhor, um final menos vexatório.

A sétima posição no Oeste, depois da derrota do Utah Jazz para o Memphis Grizzlies e a vitória sobre o Houston Rockets, na noite de ontem, não veio de maneira fácil. Um time que viveu altos e baixos durante toda a temporada, que parecia desunido em alguns momentos, com alguns atletas sendo bastante contestados, como é o caso do ala/pivô Pau Gasol, que vem sendo o principal alvo de críticas nos últimos anos, mas que novamente fez um bom campeonato, terminando a regular season com médias de 13.7 pontos, 8.6 rebotes e 4.1 assistências.

O Lakers ganhou uma sobrevida na temporada, uma espécie de segunda chance para mostrar que o projeto de juntar estrelas, assim como fez o Boston Celtics e o Miami Heat, mais recentemente, poderá ser um sucesso logo de início, como aconteceu com o rivais.

Sem Kobe Bryant e Steve Nash, que pode voltar para a primeira rodada, mas ainda não é garantido, o bom desempenho do time na pós-temporada passará pelo garrafão; passará pelas mãos de Pau Gasol e Dwight Howard.

É, para quem não acreditava (inclusive eu), o Lakers está nos playoffs, apesar de todos os problemas durante a temporada. Se o time vai longe ou se vai ser varrido pelo Spurs, aí só acompanhando a pós-temporada para saber.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Fugindo do roteiro

Coletividade foi o ponto forte do Paulistano na vitória sobre o Basquete Cearense
Foto: João Pires/LNB
Existe coisa mais chata do que o esporte seguir um "roteiro"? Se o atual vice-campeão vai enfrentar um time que terminou a fase de classificação com campanha negativa, o "roteiro esportivo" nos diz que a vitória terá que ser do melhor time, do melhor classificado. Este mesmo "roteiro" nos diz que se uma equipe venceu os dois confrontos diretos na primeira fase e está vindo embalado para os playoffs, enfrentando um adversário que em nove partidas na história da pós-temporada perdeu todas, a comemoração pelo bom resultado terá que ser do que está embalado. 

Se a graça do esporte está em fugir do óbvio, os playoffs da quinta edição do Novo Basquete Brasil começaram muito bem, obrigado. Nesta terça-feira, Paulistano x Basquete Cearense, Liga Sorocabana x Franca e Minas Tênis Clube x São José abriram os trabalhos da fase oitavas de final, que já começou quente, tendo duelo com placar elástico, vitória por apenas uma cesta de diferença e visitante garantindo, com boa defesa, uma vitória apertada, quebrando o mando de quadra do adversário.  

A partida de abertura dos playoffs do NBB5 começou com um resultado inesperado, pelo menos de acordo com o "roteiro esportivo". Mesmo jogando fora de casa o Basquete Cearense tinha o favoritismo ao seu lado, já que além de ter tido melhor campanha na fase de classificação, terminando em oitavo, uma posição na frente do Paulistano, chegou na fase mata-mata embalado, com cinco vitórias consecutivas e sete bons resultados somando os últimos oito jogos. O representante nordestino ainda tinha ao seu lado o bom retrospecto contra o rival, já que venceu os dois duelos na primeira fase. Porém, a vitória ficou com o Paulistano, até de forma tranquila, com os comandados de Gustavo De Conti finalizando o confronto em 95 a 74, com grande atuação no segundo período, anotando 35 pontos e sofrendo 07, o que acabou sendo o diferencial, já os outros quartos foram bem disputados, como era de se esperar no confronto que promete ser o mais equilibrado das oitavas.

Além dos motivos citados acima para o "roteiro esportivo" crer no bom resultado dos visitantes, o histórico do Paulistano nos playoffs não era lá dos mais favoráveis, já que nas três vezes que chegou na pós-temporada foi "varrido", perdendo a série melhor de cinco jogos por três a zero para os times do Pinheiros, no NBB2, Bauru, no NBB3 e Franca, na última temporada.

O principal fato a se destacar foi o excelente aproveitamento dos paulistas nas bolas de três pontos, com 60.9% ao acertar 14 bolas em 23 tentativas.

Outro resultado que estava "agendado" era a vitória do atual vice-campeão São José sobre o Minas Tênis Clube, um dos times que mais oscilou na temporada regular, terminando na décima posição, com campanha negativa (16-18). Mas, assim como no jogo entre Paulistano e Basquete Cearense, o bom resultado ficou com a equipe da casa, o Minas, que venceu por 70 a 68, mesmo com o time joseense contando com Fúlvio, Andre Laws, Chico, Jefferson William e Murilo Becker, que foi um dos principais nomes do duelo, com 20 pontos e nove rebotes, ficando um pontinho atrás de Rafael Mineiro e do norte-americano Paul Crosby, do elenco de Minas Gerais.

O único resultado que estava dentro do "roteiro" foi o triunfo do Franca sobre o Liga Sorocabana, fora de casa, por 72 a 69, fazendo valer o status de melhor defesa do NBB5, não precisando nem de um placar alto para sair com a vitória.

Nada mais motivante para o campeonato do que começar a sua melhor etapa da melhor maneira possível, fugindo do "roteiro".